A educação sexual deve ser tratada em sala de aula? - Dissertação Argumentativa
- Dadá Amadeu
- 26 de jul. de 2020
- 2 min de leitura

A história de Juno, uma garota de 17 anos, a qual engravida de seu melhor amigo, durante o colegial, bem como suas decisões de ter o bebê e entregá-lo à adoção, é narrada no filme homônimo de 2007. Analogamente, no Brasil atual, a sexualidade prova-se cada vez mais presente no cotidiano de jovens em idade escolar e é, frequentemente, levada para dentro das instituições de ensino. Destarte, faz-se precisa a ministração de aulas de educação sexual, de forma igualitária, nesses recintos, visando à orientação dos adolescentes.
A priori, ressalta-se o fato de 30% dos alunos do 9º ano já terem tido relações sexuais, segundo pesquisa realizada pelo IBGE, em 2015, e apenas 60% desses afirmarem terem usado preservativos. Recorre-se a Nelson Mandela, quando declara ser a educação a arma mais poderosa para se mudar o mundo, para demonstrar a relevância que faria a orientação sexual na vida desses jovens, os quais, embora já mantenham relações íntimas, fazem-no de maneira pouco consciente. Por conseguinte, faz-se necessária a implantação da referida disciplina para a maior disseminação de informações sobre as infecções sexualmente transmissíveis e a gravidez precoce dentre esse público.
A posteriori, nota-se a importância do acesso igualitário às mencionadas informações, não sendo cabível delegar tal dever exclusivamente às famílias, por poderem não estar plenamente preparadas para lidar com o assunto. Evoca-se o conceito da banalização do mal, de Hannah Arendt, para esclarecer como a convivência com representações distorcidas do comportamento sexual pode levar à aceitação das mesmas como normais. Logo, urge a atribuição de parte da responsabilidade à escola, de forma a garantir o amplo contato da população com o tema.
Dessarte, é perceptível a carência da adequada orientação sexual por parte da juventude brasileira, bem como a impossibilidade de insistir-se em relegar a discussão somente aos pais. Assim, cabe ao Poder Público assegurar aos estudantes brasileiros o direito a essas aulas, previstas na Base Nacional Comum Curricular, a fim de formar gerações mais conscientes no tocante à sexualidade. Dessa forma, espera-se poupar outras adolescentes da difícil situação vivida por Juno.
Maria Eduarda Moraes Amadeu, 2020.
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