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Os duzentos mil Djangos brasileiros - Artigo de Opinião

  • Foto do escritor: Dadá Amadeu
    Dadá Amadeu
  • 28 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura


“Deixe a liberdade ecoar” - Django Livre.



Ao assistir ao filme Django Livre, do diretor Quentin Tarantino, sou sempre comovida pela jornada do protagonista, recém-alforriado, para libertar a esposa, durante a qual ele precisa conviver com diversos traficantes e donos de escravos figurões e, inclusive, passar-se por assistente de um. Analogamente, no Brasil contemporâneo, a escravidão persiste, embora modificada, em relação àquela conhecida por nós desde o ano de mil e quinhentos, vitimando as novas gerações das mesmas minorias, como fizera a seus antepassados. Destarte, creio ser necessário atentar para o preconceito contra esses marginalizados, bem como para o cerceamento das liberdades desses, decorrentes do trabalho escravo atual em território nacional.


A priori, devo ressaltar a existência da forte antipatia contra os grupos minoritários normalmente integrantes regime escravista moderno, a qual é cultivada por outros segmentos sociais e, muitas vezes, atribui aos próprios trabalhadores a culpa do papel por eles ocupado. A título de exemplo, evoco o livro Contos Negreiros, de Marcelino Freire, o qual retrata a realidade de operários à margem da sociedade, dentre os quais estão os ocupantes de subempregos, discriminados pelas condições degradantes de suas existências. Logo, acredito ser palpável a correlação entre o trabalho forçado no país e o prejulgamento enfrentado pelos escravizados.


A posteriori, percebo a relevância da privação de direitos de direitos da qual sofrem as pessoas em estado de submissão a outrem, por não poderem circular livremente e terem sua segurança constantemente ameaçada, condenadas a uma vida permeada de medo. Recorro à Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual coloca como proibida a escravidão, em seu quarto artigo, para provar a absurda falta de justiça resultante da posição de escravo, com a qual simpatizam duzentos mil brasileiros, segundo o Índice de Escravidão Global. Dessa forma, fica claro, para mim, a relação entre a servidão moderna e a violação dos direitos fundamentais do ser humano, em especial no tocante à liberdade.


Dessarte, identifico como principais efeitos da escravidão dos dias atuais a inibição dos direitos individuais e o preconceito vindo de outras camadas sociais. Por conseguinte, noto a urgência da tomada de medidas mitigadoras por parte do Poder Executivo, a fim de efetivar as abundantes leis referentes ao problema supracitado já existentes e intensificar a fiscalização do seu cumprimento. Assim, espero não mais ser capaz de traçar tamanha quantidade de paralelos entre os dramas tarantinescos e a realidade de meu país e poder ser, então, capaz de enxergar os relatos de Django como meros ecos de um passado distópico.


Na condição de estudante,

M.E.M.A.

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